O presidente Jair Bolsonaro terá de arbitrar mais uma disputa em sua equipe, após chegar, na noite desta quarta-feira, 3, de uma viagem de quatro dias a Israel. Além de reuniões marcadas com presidentes e líderes de partidos no Congresso, na tentativa de apaziguar o ambiente político, Bolsonaro também vai decidir qual será o novo formato da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
Nos últimos dias, uma acirrada troca de farpas entre o escritor Olavo de Carvalho e o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, escancarou a queda de braço sobre os rumos da comunicação do Planalto.
O embate com o grupo de Olavo também ocorre no Ministério da Educação, onde o titular da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez, está por um fio, e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O presidente da Apex, Mário Vilalva, tem apoio dos militares do governo e está em confronto com diretores próximos do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, homem da confiança do escritor.
Guru ideológico de Bolsonaro, Olavo tenta ampliar cada vez mais sua influência na Esplanada dos Ministérios e em outras repartições federais. Agora, por exemplo, quer a rápida substituição de Floriano Amorim, atual chefe da Secom, pelo empresário Fábio Wajngarten, que acompanhou Bolsonaro na viagem a Israel. Se depender de Santos Cruz, no entanto, Amorim ainda fica, mesmo que seja deslocado para outra função na pasta.
Sob o guarda-chuva da Secretaria de Governo, a Secom tem um orçamento de R$ 150 milhões para este ano e vem fazendo cortes de verbas que desagradam às agências de publicidade. “Em pouco mais de um mês de atividade, organizamos mais de 40 vídeos (para o governo) a preço de salário (de servidor). Isso deve incomodar”, disse Floriano ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana ada.
Desde domingo, Olavo publicou 19 mensagens no Twitter com ataques a Santos Cruz, que o chamou de desequilibrado em entrevista à Folha de S.Paulo. Disse, por exemplo, que o general “simplesmente não presta” e “jamais” terá a coragem de discutir com ele “cara a cara”. Ao eleger o ministro como seu rival, o escritor inseriu nas mensagens exclamações como “Santos Cruzes!”.
Mesmo assim, Olavo chegou a postar, na segunda-feira, dia 1º, que daria um basta na briga. “Chega, não vou falar mais do caso. Esse homem não merece que eu lhe dirija a palavra”, afirmou, após uma sequência de notas ácidas sobre Santos Cruz. Horas depois, porém, voltou a se referir ao ministro com um xingamento. No dia anterior, ele também havia dirigido sua artilharia ao núcleo militar do governo.
“O Santos Cruz e similares chamarão de extremista qualquer um que permaneça fiel aos ideais e valores da campanha que elegeu Bolsonaro. Essa gente está no governo para impedir que o presidente cumpra suas promessas de campanha”, escreveu. “O Santos Cruz se acha superior ao presidente e a todos os eleitores – e o louco sou eu, né"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238
l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>