O Banco Central encontrou R$ 15.387,30 em uma conta do ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo, braço direito do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). O juiz federal Sérgio Moro havia mandado bloquear R$ 10 milhões do aliado do tucano e de outros investigados na Operação Piloto, fase 53 da Lava Jato.

Na conta da mulher do empresário Jorge Theodócio Atherino, suposto operador de Beto Richa, o Banco Central achou R$ 54.649,22. Já na conta da R.F Participações, ligada a familiares do empresário, foram encontrados R$ 13.912,41.

Candidato ao Senado nas eleições 2018, Beto Richa foi preso na terça-feira, 11, pela Operação Radiopatrulha, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná.

O ex-governador também foi alvo da Lava Jato, que fez buscas em sua residência no mesmo dia da prisão.

A Lava Jato suspeita de ligação do tucano com recebimento de propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplicação da PR-323, no interior do Paraná.

Na Operação Radiopatrulha também foram presos Fernanda Richa, mulher do tucano, Pepe Richa, irmão dele, e Deonilson Roldo.

As prisões estão relacionadas a investigações sobre supostos desvios de verbas no Programa Patrulha do Campo, para manutenção de estradas rurais entre 2012 e 2014.

Segundo este inquérito, há indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o empresário Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, delator que levou Beto Richa para a cadeia, estimou que o tucano tenha recebido “entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões” em propinas e caixa 2 nas campanhas eleitorais.

Na avaliação do delator, a corrupção se instalou no governo Beto Richa “tão idêntica quanto a do Lula, como do Sérgio Cabral”.

Agenda de nomes e valores

A Polícia Federal apreendeu anotações manuscritas, relacionadas a nomes e valores, em poder do empresário Jorge Theodócio Atherino. Os agentes federais encontraram, ainda, com o empresário um cupom fiscal da compra de um relógio marca Rolex.

Os federais apreenderam também telefones celulares, tabletes, um computador, uma “caderneta de capa laranja, com algumas anotações manuscritas, relacionadas a valores”, uma “caderneta de capa azul com diversas anotações manuscritas, relacionadas a nomes e valores”, uma “agenda de capa verde, com diversas anotações manuscritas, relacionadas a nomes e valores” e uma “agenda de capa amarela, com diversas anotações manuscritas, relacionadas a nomes e valores”.

O item de apreensão número 5 foi identificado como um “bloco de notas com a marca d’água ‘Matsuda'”, tendo 17 folhas destacadas, contendo diversas anotações manuscritas relacionadas a nomes e valores. Já o item 15 do auto de arrecadação foi descrito como “CD com as inscrições ‘depoimentos 25/6/18′”‘.

Grampo

O ex-governador do Paraná e outros seis investigados da Operação Piloto foram grampeados durante uma semana. O tucano teve sete números telefônicos interceptados pela Polícia Federal entre 24 de julho e 1 de agosto.

Segundo a PF, dois números de Beto Richa estavam ativos. O relatório transcreveu três conversas do ex-governador do Paraná.

No dia 29 de julho, Beto Richa conversou com Ezequias Moreira Rodrigues. A ligação durou cerca de cinco minutos. Naquela ocasião, o tucano tentava manter sob competência da Justiça Eleitoral o inquérito dos rees milionários da Odebrecht.

Após desejar feliz aniversário ao tucano, Ezequias perguntou: “Parou a crise será"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>