Denúncias contra Calheiros devem ser apuradas, diz Bernardo

As denúncias de envolvimento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) com um lobista da construtora Mendes Júnior devem ser apuradas, independentemente da posição que as pessoas citadas ocupem. Esta é a opinião do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT-PR). 

O ministro do Planejamento fez uma visita ontem ao empresário Paulo Pimentel, na sede do Grupo Paulo Pimentel (GPP), em Curitiba. ?Tudo deve ser esclarecido e isto vale para todos, quem quer que seja. Como o presidente Lula falou, todos têm direito à defesa e são inocentes até que se prove o contrário. Se tiver envolvido em algo, tem que se explicar onde é cabível, para a opinião pública e o Judiciário?, afirma Bernardo.

Para o ministro, os escândalos que surgiram nas últimas semanas entram em contradição com o bom momento por qual o País a. Ele lembra que o Brasil está prestes a atingir grau de investimento e, ao mesmo tempo, precisa lidar com as denúncias de envolvimento de pessoas do governo. ?Temos que apurar tudo, mas não podemos nos descuidar dos bons indicadores econômicos?, avalia.

Bernardo garante que o andamento do Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) não será prejudicado pelos escândalos políticos, especialmente o revelado pela Operação Navalha, da Polícia Federal, que prendeu uma quadrilha que fraudava licitações de obras públicas. Um dos focos do grupo era o Ministério de Minas e Energia, que está diretamente ligado a diversas obras previstas no PAC. ?A Operação Navalha não prejudica as obras do PAC. Este tipo de denúncia pode causar um atraso circunstancial. À medida que se apura e se esclarece, abre-se a oportunidade de corrigir as falhas, melhorar o controle e a qualidade dos gastos?, comenta.

Bernardo acredita que o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau (PMDB) (que pediu demissão após a denúncia), não recebeu propina da quadrilha presa pela operação. ?Tem contra ele a acusação de que assessores dele tenham recebido favorecimentos da quadrilha. Eu não acredito que Rondeau, pessoalmente, tenha recebido propina. De qualquer forma, o governo tem que tomar providências. Ele optou por se defender sem ficar no cargo. É uma solução rápida, mas o fundamental continua sendo esclarecer o fato?, opina Bernardo.

Paraná

O ministro do Planejamento informou que as obras de responsabilidade do governo federal dentro do PAC se encontram em fase de preparação ou já estão sendo tocadas. Entre os projetos está a segunda ponte que liga Foz do Iguaçu ao Paraguai, a pavimentação da BR-153, regularização fundiária, saneamento básico e abastecimento de água. Também receberão recursos o Porto de Paranaguá e o Aeroporto Internacional Afonso Pena.

Brasil pode crescer mais de 4% ao ano

O ministro Paulo Bernardo reiterou que o Brasil tem tudo para crescer mais de 4% neste ano, um patamar bem diferente do que diversas instituições chegaram a divulgar no início deste ano. Elas acreditavam que o crescimento atingiria, no máximo, 3,2%. Hoje, de acordo com Bernardo, todas já trabalham com um crescimento igual ou superior a 4%. ?A inflação está baixa, deve ficar entre 3% e 3,4%. O crescimento gira em torno de 4% e 4,5%. A taxa de crescimento será maior do que a taxa de inflação. Esta proporção talvez tenha acontecido três ou quatro vezes nos últimos 40 anos. Estão surtindo efeito os investimentos e as mudanças na legislação que fizemos?, esclarece.

Um dos exemplos citados por Bernardo são as mudanças na construção civil, que teve um crescimento de 30% no ano ado e que deve caminhar da mesma forma em 2007. A Caixa Econômica Federal pode chegar a investimentos de R$ 19 bilhões no setor imobiliário, contra R$ 11 bilhões do ano ado, o que já era considerado um patamar muito bom. ?Temos que zelar pelo que já foi feito e avançar. Não podemos deixar que operação navalha, tesoura ou o que quer que seja paralise o País?, enfatiza Bernardo.

Greve do Ibama

O ministro declarou que a greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), deflagrada neste mês, não vai ter resultado nenhum. Isso porque está baseada na tentativa de reverter uma decisão do governo federal, que realizou mudanças no Ministério do Meio Ambiente. A Medida Provisória 366, de 26 de abril de 2007, cria o Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade. Os servidores alegam que o processo vai enfraquecer o Ibama, o que permitiria um relaxamento dos critérios de licenciamento ambiental. ?A greve pode gerar conseqüências ruins para os servidores?, avisa Bernardo.

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