Em reunião na noite de quarta-feira com a empresa Sociedad Naviera Ultragas, armadora do navio chileno Vicuña que explodiu no dia 15 de novembro do terminal privado do Porto de Paranaguá, os pescadores reivindicaram um auxílio financeiro para amenizar a situação durante a proibição da pesca nas baías da Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba. No encontro, ficou acertado que 4,2 mil pescadores atingidos pelo acidente vão receber um salário mínimo cada um da empresa, além do ree (de mesmo valor) prometido pela Secretaria Especial da Pesca e Aquicultura.
O presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Paraná, Edmir Ferreira, afirma que os beneficiados serão os pescadores cadastrados pela Defesa Civil – os mesmos que estão recebendo as cestas básicas distribuídas pelos órgãos. "Nós pedimos dois salários mínimos e o armador queria pagar meio. Acabamos acertando em um salário. Pedimos que o pagamento seja feito com a máxima urgência, preferencialmente amanhã (hoje). Se demorar, vamos fazer novos protestos", afirma. Ele acredita que a empresa vai pagar o auxílio por causa dos protestos realizados no começo desta semana. "Agora temos que ficar alertas para que o salário saia logo".
Um representante da Secretaria Nacional da Pesca garantiu aos pescadores, durante a reunião, que o salário-desemprego prometido durante a visita do ministro José Fritsch será pago até o dia 16 de dezembro. "Já é uma ajuda nessa situação tão difícil", avalia Ferreira.
A federação também encaminhou ontem um ofício ao governo do Estado para que isente o pagamento das contas de luz e água dos pescadores atingidos pelo derramamento de óleo na região.
Animais
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), chegou ontem a 114 o número de animais recolhidos pelo Grupo de Resgate de Fauna do órgão. O resgate está sendo feito em todas as áreas atingidas pelo óleo que vazou do navio Vicuña. Do total de animais, 14 foram recolhidos com vida, mas três deles – dois biguás e um lagarto Teiú – estavam com a saúde fragilizada e morreram no hospital da fauna – espaço improvisado pelo Ibama para o atendimento das espécies sobreviventes -, em Paranaguá.
Um lagarto Teiú, quatro biguás, dois atobás e um pato – o último sobrevivente encontrado pelo grupo – estão sendo tratados por biólogos e veterinários no hospital da fauna. Já a tartaruga verde foi encaminhada ao Centro de Estudos do Mar – CEM. O gato-mourisco e o jacaré-de-papo-amarelo, ambos ameaçados de extinção, já foram devolvidos ao meio ambiente. "Estamos otimistas pelo resultado da limpeza que está sendo feita", informou ontem o chefe do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Sebastião Carvalho. Segundo ele, a água das praias atingidas estão limpas. No entanto, o óleo continua vazando do navio e a situação deve continuar assim até que a embarcação seja retirada do local. As empresas envolvidas vão apresentar até quarta-feira um plano para a retirada do navio.
