Os servidores técnico-istrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Hospital de Clínicas (HC) decidiram terminar a greve e voltar ao trabalho na próxima segunda-feira (26).
A decisão foi tomada durante uma assembleia da categoria nesta quinta-feira (22), acatando a orientação do Comando Nacional de Greve, que optou pela saída unificada da paralisação.
Ao todo foram mais de cem dias de greve no Paraná, onde a paralisação começou dez dias depois do movimento nacional, que parou as atividades no dia 5 de junho.
Durante a avaliação do período de greve na assembleia, muitos servidores lamentaram a derrota na pauta nacional. A categoria lutava, entre outras coisas, pelo reajuste do piso salarial de 1,8 para 3 salários mínimos, reposição salarial, contratação de mais servidores e substituição da mão de obra terceirizada.
Os trabalhadores queriam ainda a extinção do projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebeserh), empresa pública criada para istrar hospitais universitários federais. A lei foi aprovada ontem pela Câmara Federal e será analisada agora pelo Senado.
O servidor da Biblioteca central Paulo Adolfo lamentou a derrota da categoria no âmbito nacional. “Houve uma derrota sim. Os nossos bolsos continuam do mesmo jeito”, declarou aos colegas durante sua fala.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), Wilson Messias, avaliou que a politização do movimento grevista atrapalhou as possibilidades de uma conquista mais significativa para a categoria.
“Chegou uma hora em que a nossa greve se partidarizou e daí virou uma guerra entre partidos, em que um não queria ceder para o outro. Quando isso acontece não parece mais uma luta de uma categoria por melhores salários e condições, é uma luta política”, definiu Messias.
O presidente afirma, no entanto, que a categoria obteve importantes conquistas com relação à pauta local. Em um acordo com a istração da universidade, os trabalhadores conquistaram jornada de trabalho de 30 horas, mudanças na política de recursos humanos e apoio da Reitoria para discutir mudanças nas regras para o pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade.
Os trabalhadores marcaram ainda uma nova assembleia para o dia 6 de outubro no auditório do HC. A ideia é acompanhar o andamento das conquistas locais.
