O preço da gasolina já subiu 1,1% na ponta – tomada de preços na última semana e comparada com a semana imediatamente anterior – e deve pressionar a inflação na capital paulista mais à frente. Foi o que constatou levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) nos estabelecimentos da capital.
“É a primeira alta registrada no ano”, ressaltou o coordenador do indicador da Fipe, Guilherme Moreira. Na primeira quadrissemana de março – período de quatro semanas comparadas às quatro semanas anteriores -, a gasolina teve seu preço reduzido em 0,89%.
Câmbio
A gasolina, de acordo com o coordenador da Fipe, foi o único produto com preço corrigido pelo dólar que assimilou a transmissão da variação do câmbio. De acordo com Moreira, outros produtos cujos insumos são reajustados pela variação cambial não sentiram o impacto porque os produtores, especialmente a indústria, absorveram o aumento dos custos de produção nas suas margens de lucro.
“É o caso dos produtos derivado de trigo”, exemplificou o coordenador da Fipe.
Os preços do trigo aumentaram e, no entanto, os preços de pães, massas e farinhas não subiram. Isso reflete a baixa demanda interna determinada pelo elevado índice de desempregados no País, avalia o economista.
No caso da gasolina, a variação do câmbio não pôde ser contida por causa da política de ajuste de preços da Petrobras, que segue pari u os reajustes do combustível no mercado internacional. “E as altas sempre chegam mais rápidas para o consumidor do que as quedas”, observou Moreira.
