Paralisia política é maior risco

Londres (AE) – A consultoria Control Risks avalia como ?médio? o risco político do Brasil em 2006. Embora considere remota a possibilidade de teses populistas e de abandono da política econômica ortodoxa dominarem a eleição presidencial de outubro, ela afirma que o principal fator de preocupação é a paralisia política que será causada por uma campanha eleitoral acirrada, retardando a implementação de reformas necessárias ao País.

O analista para Américas da consultoria, Nicholas Watson, disse que a partir de agora a atenção dos investidores interessados no Brasil vai ser dominada pelas eleições de 2006. ?Embora o governo mantenha algum controle sobre a agenda parlamentar, o clima de campanha, aliado ao alto nível de fragmentação política, vai limitar o espaço para grandes iniciativas políticas?, disse Watson. O analista praticamente descarta a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofrer um processo de impeachment, e acredita que ele vai buscar a re-eleição.

?Mas como o escândalo de corrupção gerou um enfraquecimento de Lula, aumentou a possibilidade de o prefeito de São Paulo, José Serra, tentar novamente se eleger presidente? disse. ?Um novo confronto entre Serra e Lula seria mais competitivo do que o ocorrido em 2002, provavelmente levando o pleito para o segundo turno e por isso poderemos ter alguns momentos de maior tensão nos mercados.?

A Control Risks, uma das principais consultorias internacionais de risco político e de segurança para investidores apresentou em Londres o seu estudo anual ?RiskMap?, que contém previsões sobre mais de 200 países para o próximo ano.

O risco político classificado pela Control Risks pode variar de ?insignificante? a ?extremo?. Um nível ?médio?, na definição da consultoria, significa ?ser provável que investidores internacionais enfrentem alguns problemas criados por atores estatais ou privados ou que a segurança dos investimentos de longo prazo não pode ser garantida?. Além disso ?há o risco para os negócios de exposição a alguns ou todos os seguintes fatores: corrupção, grupos lobistas fortes e agressivos, ausência de garantias legais adequadas, restrições nas importações ou exportações, instituições políticas fracas ou gerenciamento político errante?. Como base de comparação, o risco político na Argentina também é considerado ?médio?, na Venezuela ?elevado? e no Chile ?baixo?.

Palocci

A Control Risks acredita na continuidade da política econômica ortodoxa no Brasil e que a adoção de políticas pró-mercado em 2006 vai garantir um fluxo sustentável de investimentos estrangeiros para o País. ?Mas os investidores vão permanecer sensíveis a qualquer indicação de uma mudança de Lula rumo a uma postura mais intervencionista na economia?, disse a consultoria.

Watson considera o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, um elemento fundamental da confiança dos investidores na estabilidade macroeconômica. 

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