Investir em ações pode parecer uma decisão um tanto quanto arriscada, num primeiro momento. Especialmente por aqueles que desconhecem como funciona o mercado de capitais. Com o objetivo justamente de desmistificar esses conceitos equivocados e popularizar o mercado de capitais, membros da Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais (Animec), Banco do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bolsa de Valores se reuniram ontem em Curitiba. “Queremos conscientizar sobre os direitos dos aplicadores, mostrar que existem regras do mercado e um órgão regulatório (no caso a CVM)”, explicou o gerente executivo do Banco do Brasil, Marco Geovanne da Silva, da gerência de relações com investidores.
“É um investimento de risco. As pessoas têm de ter consciência das perdas e ganhos e que se trata de um investimento a médio e longo prazo”, esclareceu Renato Paulino de Carvalho Filho, subprocurador-chefe da CVM. “Muitos têm receio porque acham que é uma espécie de cassino, onde podem perder tudo. E não é isso”, emendou o vice-presidente da Animec, Gregório Rodrigues.
Quem quer entrar no mercado de capitais de maneira segura deve antes de mais nada buscar informações, ter o às planilhas econômicas da empresa da qual pretende comprar ações. “A principal pedra do mercado de capitais é a informação. Ela precisa ser divulgada de forma fidedigna, de maneira isenta, adequada”, explicou Marco Geovanne, do Banco do Brasil.
E para quem imagina que o mercado de ações está a grandes investidores, especialmente pessoas jurídicas, ledo engano. Segundo dados da Animec, há dois anos o movimento no mercado de capitais era de R$ 450 milhões por dia, sendo que as pessoas físicas respondiam por 15% a 17% dos investidores. Este ano, o volume saltou para R$ 1,2 bilhão por dia e a participação de pessoas físicas ou para quase 30%.
Clubes de investimento
Para os pequenos investidores, uma das alternativas é participar de um Clube de Investimento, que exige uma quantia pequena de aplicação e que, no final de um ano, pode render muito mais do que a poupança. Só no Paraná, segundo o superintendente-geral da Bolsa de Valores do Paraná, Amaury Angelo Stocchero, há 17 clubes de investimentos e cinco operadoras de ações.
Outra idéia equivocada, apontou Gregório Rodrigues, da Animec, é quanto à liquidez do investimento. “Se a pessoa quiser tirar o dinheiro no mesmo dia pode fazê-lo. A questão é que a pessoa precisa ter a consciência de que, para alcançar boa rentabilidade, precisa deixar aplicado por um prazo maior”, alertou. “Daí a importância das corretoras e dos próprios bancos, que assessoram os clientes”, arrematou. Em Curitiba, há dez corretoras de valores que atuam no mercado de capitais.
