O Ministério Público do Paraná (MPPR) instaurou um inquérito civil para investigar possível prática de nepotismo no gabinete de Eder Borges (PL), vereador da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O foco da apuração é a nomeação como chefe de gabinete de uma jovem apontada como enteada do parlamentar. O salário bruto é de R$ 17.968,33.
A investigação está sob responsabilidade da 6ª Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, que poderá encaminhar o caso para ação civil pública, caso sejam confirmados os indícios de lesão a direitos coletivos ou sociais. A denúncia foi formalizada pela vereadora Giorgia Prates (PT), após a publicação de reportagem do Intercept Brasil, que revelou a relação familiar entre Borges e a servidora.
Apesar da defesa do vereador, que justificou a nomeação alegando “capacidade técnica” da comissionada, especialistas apontam que a contratação viola princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência, previstos no artigo 37 da Constituição Federal.
A conduta de Borges, se confirmada na investigação, pode configurar ato de improbidade istrativa e quebra de decoro parlamentar, com possibilidade de cassação do mandato.
Sindicância na Câmara Municipal também vai investigar denúncia contra Eder Borges
Uma sindicância também foi aberta na Corregedoria da CMC para analisar a conduta do vereador. Na sindicância 9/2025, que é a mais recente, e diz respeito ao processo istrativo 548/2025, Giorgia Prates levou ao corregedor, Sidnei Toaldo (PRD).
Durante uma sessão na Câmara, Borges se defendeu sobre a situação e disse que estava sofrendo perseguição política.
“Já que fui provocado, venho aqui dizer, muito brevemente, que o meu jurídico já está atuando contra essas fake news desse blog de fofocas, The Intercept [Brasil], totalmente frágil, nada tem a ver. Por sinal, a Victoria está aqui me filmando, e foi questionada só porque é mulher e jovem, como se minha enteada fosse. Todo mundo sabe que ela trabalha, todo mundo sabe do trabalho do nosso gabinete. Eu não vou dar atenção, não vou fazer alarde, não vou dar palco a essas fofocas e fake news da esquerda”, afirmou Eder Borges na ocasião.
