Óperas não foram feitas para teatros comuns. Mas para casas de fachadas imponentes. Quase palácios. Também dá para dizer que, embora tenham surgido para agradar a nobres e plebeus, as encenações operísticas tornaram-se, gradativamente, a manifestação artística própria de uma parcela minoritária.

É na contramão de tudo isso que o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos criou “Orfeu Mestiço – Uma Hip-Hópera brasileira”, espetáculo que estreia na sexta-feira. “Queria me apropriar desse universo justamente para dar conta da cultura da rua”, comenta a dramaturga e diretora Claudia Schapira. “Transformar esse formato grandiloquente e usá-lo para representar uma outra classe, que não a dominante.”

A cultura hip-hop sempre esteve no horizonte desse grupo, criado em 1999. Desde seu primeiro trabalho, a peça “Bartolomeu, O Que Será Que Nele Deu"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>