Morgan Freeman tem certa autoridade para falar de Deus – e não apenas porque viveu o próprio no cinema, mas porque corre o mundo ouvindo pessoas falarem sobre sua relação com o divino e a religião em A História de Deus, cuja terceira temporada vai ao ar na National Geographic, aos sábados, às 22h30.

E o ator de 81 anos não decepcionou numa entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em Pasadena, na Califórnia. “Eu sou Deus”, diz Freeman, ao ser indagado do porquê de sua crença Nele. “Eu acredito que o conceito de Deus é o conceito da vida humana. Eu acredito que Deus existe, e a razão pela qual existe Deus é porque eu existo. Acredito ter o poder de Deus em mim.”

Nos seis novos episódios, ele vai ao Vaticano para falar com exorcistas e ao Nepal para conhecer uma pequena deusa de cinco anos de idade, a por Pompeia, a cidade devastada pela erupção do Vesúvio, e por Lourdes, na França, onde, no século 19, a jovem Bernardette disse ter visto a Virgem Maria.

“Nesta temporada, quisemos dar uma sensação da experiência das conexões das pessoas com Deus, com o divino e até com o mal”, disse a produtora Lori McCreary.

Por exemplo, Eddy Robinson, um líder das Primeiras Nações, os povos nativo-americanos, descreve sua aproximação com as crenças de seu povo numa adolescência marcada por pequenos delitos. O escritor Iain Ball, que se considerava agnóstico, conta sua experiência espiritual depois de uma série de ataques epilépticos – o que poderia explicar uma série de fenômenos, como as visões de Bernardette. “Nosso foco desta vez era mostrar como Deus e a religião transformam a vida de indivíduos”, disse o produtor James Younger.

Interação humana

Para Morgan Freeman, fazer a série é cansativo, mas muito informativo. “Aprendo demais sobre a interação entre seres humanos.” Alguns desses encontros são especiais, como o que teve com o monge tibetano Chokyi Nyima Rinpoche, numa agem pela Árvore de Bodhi, à sombra da qual Buda alcançou a Iluminação, nas gravações da primeira temporada. Qual não foi sua surpresa ao topar novamente com ele na filmagem da terceira temporada, em Katmandu. McCreary disse que o ator tem uma habilidade especial. “Essas pessoas muito espiritualizadas sentem afinidade por ele, e vice-versa.” Freeman descreveu sua atitude como a de um “sistema aberto”. “Quem ousa dizer que você está errado na sua crença está errado”, resumiu Freeman.

Por isso, a produção sempre procura pessoas com uma visão tolerante. Para Younger, há negatividade suficiente no mundo. “Sempre existe alguém usando a religião para causar divisão, por isso a série sempre é relevante. Porque a religião não deveria nos dividir, mas, sim, nos unir.”

Quando A História de Deus estava começando, o Estado Islâmico era a questão do momento. Hoje, é o uso da religião como justificativa para tirar direitos das minorias. A série nasceu com o objetivo de encontrar pontos de aproximação em diferentes religiões. “Quanto mais conversamos com as pessoas, mais vemos que as questões são as mesmas: para onde vamos, por que estamos aqui"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>